A Hipertenção Arterial Relacionada ao
Exercício Físico
INTRODUÇÃO
Com o aumento da população com idade acima de 60 anos, graças ao maior
tempo de expectativa de vida, a Hipertensão Arterial se tornou a doença
crônico-degenerativa mais comum. Nos adultos, estudos indicam que 15% dos
adultos são portadores de Hipertensão Arterial. Estima-se que, no Brasil,
exista um hipertenso para cada três pessoas com idade acima de 40 anos, sendo
que 40% não tem conhecimento de sua doença.
Sem dúvida, a hipertensão é o principal motivo (40%), para que as
doenças cardiovasculares sejam a principal causa de morte, nos indivíduos acima
de 40 anos, no Brasil.
Neste trabalho, irei abordar algumas das principais características
desta doença, seus problemas, e soluções para sua prevenção e como o exercício
físico pode ser muito para evita-la.
A HIPERTENSÃO ARTERIAL
O coração bombeia o sangue para os demais órgãos do corpo por meio de
tubos chamados artérias. Quando o sangue é bombeado, ele é
"empurrado" contra a parede dos vasos sangüíneos. Esta tensão gerada
na parede das artérias é denominada pressão arterial.
A hipertensão arterial ou "pressão alta" é a elevação da
pressão arterial para números acima dos valores considerados normais
(140/90mHg). Esta elevação anormal pode causar lesões em diferentes órgãos do
corpo humano, tais como cérebro, coração, rins e olhos. Outro tipo de
hipertensão menos comum é chamada de hipertensão arterial secundária e poderá
ser controlada através de tratamento médico especifico.
A termo de comparação, pode imaginar um esguicho de molhar jardins,
como uma artéria e ao se apertar o mesmo, a água sai com maior força, isso
seria a Hipertensão Arterial. Esse aumento da pressão pode danificar os órgãos
e tecidos do organismo, além de fazer com que o sangue não possa executar suas
funções (levar oxigênio e outros nutrientes e retirar o "lixo", que
precisa ser eliminado), como deveria. E ainda, pode romper as artérias mais
frágeis, causando hemorragias. Quando isso ocorre nas artérias do cérebro
acontece o que se chama Acidente Vascular Cerebral - AVC - hemorrágico (o
popular derrame cerebral).
Usando a mesma comparação anterior, pode-se entender que a
"pressão alta" pode acontecer por dois motivos: o aumento da pressão
da água da torneira (que seria o coração) e diminuição do calibre do esguicho.
Esta segunda forma, mais comum, é o aumento da resistência periférica, que faz
da Hipertensão Arterial, muito mais uma doença circulatória do que
"cardíaca".
Em cerca de 95% dos casos, não é identificada a causa do aumento da
pressão arterial e ela é chamada Hipertensão Arterial Essencial. Os outros 5%
se dividem em aumento da pressão causado por doenças do coração, dos rins e das
glandulas endócrinas (tireóide, supra-renal, hipófise, etc.). Pressão Arterial
Sistólica (PAS) ou máxima é a pressão com que o sangue sai do coração, e
Pressão Arterial Diastólica (PAD) ou mínima é a pressão com que o sangue chega
aos vasos sanguíneos da periferia do corpo humano.
É preciso deixar bem claro que para uma pessoa ser considerada
portadora de Hipertensão Arterial, é preciso que os níveis de pressão
permaneçam alterados por um determinado tempo, portanto uma medida com os
níveis alterados não são suficientes, salvo raras exceções, para se dizer que a
pessoa é doente. Isso se deve ao fato que, o exercício, as emoções e até mesmo
a dor, entre outras coisas, podem causar uma elevação temporária da pressão,
sem causar dano significativo ao organismo.
Entre os fatores que podem influenciar no surgimento e desenvolvimento
da Hipertensão Arterial, podemos citar: o hábito de fumar, o
"stress", o uso de bebidas com elevado teor alcoólico, a obesidade ,
uma vida sedentária e, o mais importante, o uso excessivo de sal na
alimentação. Essa influência vai a tal ponto que, às vezes, apenas o controle
desses fatores são suficientes para o controle da pressão, sem necessidade de
nenhuma outra medicação.
O QUE PODE SER FEITO
Pelo que foi dito anteriormente, já é possível se ter uma idéia de
medidas simples, porém eficientes, que se pode ter para o controle da
Hipertensão Arterial. Em primeiro lugar, o hábito de se "medir a
pressão", deve fazer parte do cotidiano das pessoas. Claro que se deve
procurar locais onde existam pessoas capacitadas para fazer essa medida, para
que os valores obtidos sejam de confiança. O bom senso é o melhor conselheiro
na questão do uso de cigarros e bebidas alcoólicas, sendo que cada um deve
saber o limite entre o costume e o prejuízo que pode ser causado por cada um
deles. Na questão das bebidas alcoólicas, por exemplo, as cervejas possuem
entre 4 e 6% de teor alcoólico, os vinhos, entre 7 e 20%, as aguardentes e o
whisky, 40 e 55%, a vodca, perto de 70%. Então cada uma dessas bebidas deve ser
tratada de forma diferente.
A obesidade deve ser encarada como um desafio a vencer, se a
Hipertensão Arterial em si, já é um problema, imagine quando ela é
"ajudada" por outras doenças ou situações. Como por exemplo o diabetes,
já que ambos causam danos para a circulação, rins, coração e cérebro. Outros
fatores agravantes da Hipertensão Arterial são: o excesso de colesterol e
triglicérides no sangue, doenças cardíacas e doenças renais.
Os exercícios também são importantes no controle dos níveis de glicemia
desde que regulares e progressivos. A atividade física aumenta o gasto de
energia e eleva a sensibilidade dos tecidos a insulina, aumentando a utilização
periférica da glicose, o que leva o indivíduo a utilizar menos insulina, e
permite uma ingestão maior de alimentos. O impacto de um exercício não
programado pode causar hipoglicemia. Frente a isso, um lanche prévio ou
diminuição da dose de insulina (sempre com a orientação de seu médico) pode ser
necessário.
É importante se exercitar com regularidade, para prevenir doenças
cardiovasculares como a hipertensão. Além de prover outros fatores importantes
para a nossa saúde, como:
·
Diminui o nível de
açúcar no sangue;
·
Ajuda a diminuir e
manter o peso adequado;
·
Ajuda a manter os ossos
fortes e o coração saudável;
·
Ajuda a diminuir o
stress e ter mais energia.